Prudência do túmulo de D. Jaime de Portugal do MET, cerâmica policromada de Andrea della Robbia, 1475(c.), Florença, Itália
Categorias
Descrição
Prudência do túmulo de D. Jaime de Portugal.
(1433-1459)
Cerâmica policromada e vidrada, 164,5 cm.; 417,3 kg.
Andrea della Robbia (1435-1525), 1475 (c.)
Tondo encomendado para a capela tumular de D. Jaime de Portugal (1433-1459), o Cardeal de Portugal, projeto de Antonio Manetti (Ciaccheri) (1404-1460), refeito por Leon Battista Alberti (1404-1472) e executado por Bernardo Rossellino (1409-1464), com cerâmicas de Andrea della Robbia (1435-1525) e frescos de António (1429-1498) e de Piero Pollaiolo (1443-1496), 1460, no convento de San Miniato al Monte, Florença, Itália. Do inicial conjunto das Virtudes Cardeais, as duas da Temperança e da Justiça pertencem ao Musée de Cluny, Paris e encontram-se no Chateau Ecouen, dedicado ao Museu do Renascimento e a Fé, encontra.se no Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa.
Fotografia divulgada quando da exposição Della Robbia: Sculpting with Color in Renaissance Florence da National Gallery of Art, Washington, 5 fev. a 4 jun. 2017, de colaboração com o Museum of Fine Arts, Boston.
Museu Metropolitano de Nova Iorque, Purchase, Joseph Pulitzer Bequest, 1921, Inv. 21.116, NY, USA.
Dom Jaime de Portugal (Lisboa ou Coimbra, 17 set. 1433; Florença, 27 ago. 1459), sendo filho do infante D. Pedro de Portugal (1392-1444), duque de Coimbra e de sua mulher, Isabel de Urgel (1409-1469), logo, neto de D. João I (1357-1433). Conseguiu fugir após a batalha de Alfarrobeira, em 1444, onde o pai faleceu e refugiou-se na Flandres, sob a proteção da tia D. Isabel (1397-1471), duquesa da Borgonha, que o encaminhou para Roma, sendo arcebispo de Lisboa, embora a governando por vigário e de Arras, a célebre cidade das tapeçarias, então incluída na Flandres. Falecendo em Florença, muito novo, o seu túmulo na abadia de San Miniato al Monte é uma das joias do Renascimento Italiano.
A famosa oficina della Robbia nasceu com Lucca della Robia (Florença, 1399/1400; idem, c. 1482) que foi um afamado escultor, autor do púlpito da catedral de Florença, 1431 a 1438, para além de outros trabalhos. Segundo Giorgio Vasari (1511-1574), Luca nasceu no ano de 1399 na casa dos seus antepassados, que se encontrava debaixo da igreja de São Barnabé de Florença, entretanto ampliada. Viria, entretanto, a montar uma florescente oficina de cerâmica policromada com o sobrinho Andrea (1435-1525) e, depois, os netos Giovanni (1469-1529), Luca, o jovem (1475-1548) e Girolano della Robbia (1488-1566), que projetariam a família para a eternidade ainda se fazendo cópias dos seus trabalhos. Na mesma altura da florescente oficina Della Robbia existiu ainda a de Benedetto Buglioni (c. 1460-1521), filho do também escultor Giovanni di Bernardi e que tendo sido aprendiz na oficina Della Robbia, veio a montar oficina própria. Menciona também Vasari, que esta oficina teria recorrido a uma mulher que tendo trabalhado na oficina dos Della Robbia, levou os segredos da faiança policromada para a nova oficina, o que parece algo rebuscado para ser credível. Nesta nova oficina trabalhou depois o provável neto ou sobrinho-neto de Benedetto, nascido Santi de Michele (Florença, 25 nov. 1494-27 nov. 1597), que usou depois o nome de Santi Buglioni.