Lâmpada de mesquita, oficina do Cairo, 1386 (c.), Museum of Islamic Art (MIA), Doha, Qatar
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Descrição
Lâmpada de mesquita.
Vidro decorado com esmaltes e ouro, 33.5 x 26.5 cm. (diam.)
Oficina do Cairo do período Mameluco, 788 AH / 1386 (c)
Inscrição do Sultan Al-Malik Al-Zahir Sayf al-Din Barquq (c. 1336-1399) e da Sura al-Nur (A Luz), parte do verso 35, pelo que se deve ter destinado à Madraça e Mesquita do Cairo terminada na data citada
Proveniente da coleção da baronesa francesa Batsheva de Rothschild (1914-1999), colecionadora e patrocinadora de companhias de dança, herdara a maior parte da sua coleção de arte do avô, o barão Alphonse James de Rothschild (1868-1949). A coleção incluía notável pintura flamenga e especial seleção de vidros Islâmicos e Venezianos, tendo ido a leilão na Christie's de Londres, em 14 de dezembro de 2000, lote 17 e sido vendida por 641,750 GBP (c. 700.000 euros).
Museum of Islamic Art (MIA) (GL.52.2002), Doha, Qatar.
O Museu da Arte Islâmica de Doha foi projetado pelo gabinete do arquiteto Ieoh Ming Pei (Cantão, 26 abr. 1917-Nova Iorque, 16 maio 2019), que fez, pessoalmente, todo o trabalho de pesquisa sobre a arquitetura e história muçulmana, suspendendo a sua reforma para viajar pelo mundo muçulmano aos 91 anos de idade (morreria com 102) e recolher os elementos para o futuro museu. Assim, como quase tudo no Qatar, o MIA é verdadeiramente impressionante. A responsabilidade da construção ficou por conta da empresa turca Baytur construction em 2006, tendo a inauguração ocorrido 22 de novembro de 2008 pelo então emir do Qatar, Sheik Hamad bin Khalifa Al-Thani (1952-abd. 2023-) e, depois, aberto ao público a partir de 8 de dezembro desse ano.
Pei não aceitou os vários locais que lhe foram sendo propostos para a construção do museu e propôs a construção de uma península artificial a ser construída no extremo sul da baía de Doha, quase em frente ao Souq Waqif. Ao lado do museu foi construído um parque em meia-lua e os espaços interiores do museu foram construídos pelo escritório Wilmotte & Associados, que montou uma equipe de conservação, iluminação e projetos, firma com que Pei já havia trabalhado na construção da Pirâmide do Louvre, em 1989, em Paris.
O recheio é constituído pela coleção privada da família Al-Thani, mas à qual se juntou um conjunto muito vasto de aquisições, de forma a dar uma contida amostragem da vasta Arte Islâmica desde a Península Ibérica, África, Médio e Extremo Oriente, a que parece não ter deixado de pesar as orientações orientais do arquiteto I.M. Pei e as atuais diretivas de gosto da sociedade dirigente emirati, especialmente vocacionadas para um determinado turismo de luxo.